sábado, 27 de junho de 2015

Universidade baiana reproduz joaninhas em laboratório para combater pragas

Joaninha pousa em uma folha de árvore de toranja

Pesquisadores da Uneb (Universidade do Estado da Bahia) estudam a reprodução de joaninhas em laboratório para ajudar no controle de pragas que atacam lavouras do Norte da Bahia.

Um estudo pioneiro realizado na cidade de Juazeiro, no Vale do São Francisco, buscou a melhor dieta para a reprodução de insetos da espécie Hippodamia Convergens, predadora natural de pulgões e cochonilhas. A partir do segundo semestre, a universidade deve dar início a uma biofábrica de predadores naturais de pragas que serão fornecidos a pequenos produtores locais. 

De acordo com a mestranda Girlandia Miranda de Sousa, o experimento mostrou que a existência de joaninhas em consórcios de couve, durante a fase de infestação de pulgões, pode ser visto como um fator preponderante para a redução de danos causados por pragas às culturas. "A conservação de inimigos naturais é uma das práticas mais importantes e disponíveis de controle biológico, porque podem estabelecer um equilíbrio natural entre pragas e inimigos naturais", afirmou.

Girlandia investigou em sua pesquisa as melhores dietas para garantir a multiplicação em laboratório das joaninhas. Segundo seu orientador, o professor de entomologia José Osmã Teles, o objetivo era ajudar a solucionar um problema que afeta agricultores da região e evitar o uso de agrotóxicos. 

"A ideia é que a gente consiga multiplicar o maior número de joaninhas em laboratório para que seja levada para o pequeno produtor, com a finalidade de controlar pragas de forma natural, ao invés de aplicar inseticidas ou acaricidas. Daí a importância dessa pesquisa porque, com ela, a gente conseguiu esclarecer uma série de dúvidas sobre a maneira de multiplicar esses predadores", finalizou.


Joaninha em flores de erva doce no campo experimental da Uneb (Universidade do Estado da Bahia) (Divulgação/Sheila Feitosa - DTCS)

Produção em escala

A partir do segundo semestre de 2015, o Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais da Uneb deve dar início a uma biofábrica para a multiplicação de insetos e ácaros predadores com uma equipe composta por cinco estudantes do curso de Engenharia Agronômica.

A pesquisa vai trabalhar com o processo de produção de três grupos de inimigos naturais: a joaninha da espécie Hippodamia convergens; duas espécies de bicho lixeiro que sãoChrysopela externa e Leucochrysa rodrigueses; e dois tipos de ácaros predadores, os Neoseiulus idaeus e Euseius citrifolius.



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